'Ainda estou aqui' faz de história pessoal inspiradora um sensível alerta contra o fascismo; g1 já viu
Fernanda Torres brilha em filme do reencontro de Fernanda Montenegro e o diretor Walter Salles. Adaptação de livro de Marcelo Rubens Paiva estreia em 7 de novembro.
- Categoria: Geral
- Publicação: 23/10/2024 11:13
- Autor: G1
Apesar de adaptar o livro de memórias de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, "Ainda estou aqui" faz da história muito pessoal da família do escritor um alerta bem universal sobre os perigos do fascismo.
Com o olhar sensível do diretor Walter Salles – um breve reencontro com Fernanda Montenegro – e a interpretação hipnotizante de Fernanda Torres, se junta à lista de filmes brasileiros que marcam gerações, como "Central do Brasil" (1998) e "Cidade de Deus" (2002).
Depois do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza, diversos elogios da imprensa estrangeira, e algumas exibições disputadas na Mostra de SP, a obra estreia no país em 7 de novembro como a maior chance de indicação nacional ao Oscar em mais de duas décadas.
Uma história resumida
É possível resumir o filme como a história da mãe do escritor, Eunice Paiva (Torres), uma dona de casa de uma família influente que é obrigada a se reinventar após o assassinato de seu marido pela ditadura militar nos anos 1970.
Sinopses são inevitavelmente reducionistas, mas essa parece ainda mais do que o normal. "Ainda estou aqui", dividido pelo desaparecimento do engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva (Selton Mello), vai muito além.
A primeira metade é o retrato ensolarado de um casal apaixonado e seus cinco filhos, com uma bela casa na beira da praia no Rio de Janeiro.
Na segunda, cortinas se fecham e o lar se esvazia com a ausência de Rubens – e a interpretação imensa de Torres preenche esse espaço com o propósito furioso, porém contido de uma mãe que se recusava a chorar na frente dos filhos.