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O excêntrico magnata que espalhou superstição da sexta-feira 13

As teorias por trás da associação de azar com o número 13 incluem o número de pessoas presentes na Última Ceia e o número de bruxas em um clã.
  • Categoria: Geral
  • Publicação: 13/09/2024 10:25
  • Autor: G1

Você sofre do medo de sexta-feira 13? Pois parte da culpa é de um financista americano do século 19 chamado Thomas W. Lawson.

1️⃣3️⃣Embora a superstição seja muito antiga, creditam a ele o feito de ter fixado a data na consciência moderna com seu romance Sexta-feira 13, que conta a história sombria de um corretor de Wall Street que manipula o valor de ações para se vingar de seus inimigos, deixando-os na miséria.

Sexta-feira e o número 13 já eram associados ao azar por si só, segundo Steve Roud, autor do guia da editora Penguin Superstições da Grã-Bretanha e Irlanda."Porque sexta-feira foi o dia da crucificação (de Jesus Cristo), as sextas-feiras sempre foram vistas como um dia de penitência e abstinência", diz ele.

"A crença religiosa virou uma aversão generalizada a começar algo ou fazer qualquer coisa importante em uma sexta-feira."


Por volta de 1690, começou a circular uma lenda urbana dizendo que ter 13 pessoas em um grupo ou em torno de uma mesa dava azar, explica Roud.

🧙‍♀️ As teorias por trás da associação de azar com o número 13 incluem o número de pessoas presentes na Última Ceia e o número de bruxas em um clã.


Até que esses dois elementos, a sexta-feira e o número 13, que já causavam receio isoladamente, acabaram se unindo - justamente com o livro de Thomas W. Lawson.


Mas a associação da data com Lawson não para por aí. Diz a lenda que alguns meses depois de publicar seu romance, mais precisamente na sexta-feira 13 de dezembro de 1907, um enorme barco que ele havia mandado construir e que levava o seu nome afundou.


O naufrágio aconteceu, na verdade, nas primeiras horas do sábado, dia 14, mas em Boston, onde Lawson vivia, ainda era sexta-feira 13.


O navio era o maior veleiro já construído sem uma máquina de propulsão. Ele transportava cerca de 60 mil barris de óleo leve quando afundou e o vazamento que causou é considerado o primeiro grande desastre ecológico do tipo.

A ligação de Lawson com a sexta-feira 13 foi apenas um dos motivos que o tornaram inesquecível. Outro é que ele nasceu e morreu na pobreza, depois de ter sido, no meio do caminho, um dos homens mais ricos dos Estados Unidos.

Manipulador financeiro

Lawson nasceu em 1857 em Charlestown, Massachusetts, e quando criança, perdeu o pai, um veterano da Guerra Civil que morreu em decorrência de ferimentos que havia sofrido.

Aos 12 anos ele se viu forçado a trabalhar e conquistou uma vaga como mensageiro em um banco em Boston. Lá, começou a nutrir a ambição de se tornar rico.

Ainda muito jovem ele se especializou na compra e venda de ações, e historiadores contam que ele tinha um talento excepcional para escolher os títulos que mais se valorizariam.

Mas sua fortuna seria construída de maneira questionável: usando seus conhecimentos para manipular os mercados financeiros.

Lawson se especializou em mineração, especialmente no mercado de cobre, já que Boston era o centro financeiro dessa indústria.

O boom do cobre no final do século 19 o ajudou a se tornar multimilionário.

Mas enquanto ele ficava rico, muitos dos clientes a quem assessorava perdiam enormes somas de dinheiro, o que fez dele um dos mais controversos "barões ladrões" da chamada Era Dourada.