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Três fases, fim dos combates e libertação de todos os reféns: o que prevê o cessar-fogo entre Israel e Hamas aprovado na ONU

Cessar-fogo temporário da primeira fase poderia levar aos capítulos finais da guerra e uma eventual trégua permanente na região, segundo o presidente dos EUA, Joe Biden. A aprovação do texto pela ONU nesta segunda-feira (10) não implica que a resolução será cumprida por Israel e pelo Hamas.
  • Categoria: Geral
  • Publicação: 11/06/2024 10:22
  • Autor: G1
O Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução de cessar-fogo na guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza nesta segunda-feira (10). O placar da votação foi de 14 votos a favor, zero contra e 1 abstenção, da Rússia.O texto, elaborado pelos israelenses e proposto ao Conselho pelos Estados Unidos, pressiona o grupo terrorista a aceitar os termos. A resolução demanda "as duas partes a aplicarem plenamente os seus termos, sem demora e sem condições".

A aprovação do projeto, no entanto, não significa que as partes em guerra, Israel e Hamas vão cumpri-lo. (Leia mais abaixo)

O acordo é previsto para ter três fases. Em uma primeira fase, o plano prevê os seguintes termos:

  • Cessar-fogo absoluto com duração de seis semanas;
  • Retirada das forças Israel das áreas densamente povoadas da Faixa de Gaza;
  • Libertação de reféns sequestrados durante o ataque do grupo terrorista Hamas, entre eles mulheres, idosos e feridos, em troca da libertação de prisioneiros palestinos detidos por Israel.

Após semanas trabalhando nesse acordo junto de Israel, o presidente dos Estados UnidosJoe Biden, acredita que esse acordo de cessar-fogo pode levar à libertação dos reféns remanescentes em poder do Hamas na Faixa de Gaza e aos capítulos finais da guerra, iniciada em 7 de outubro de 2023 e que causou a morte de mais de 37 mil palestinos até o momento, entre combatentes e civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista.

Segundo Biden, que explicou a proposta de cessar-fogo, nessa primeira fase os reféns americanos seriam libertados e os corpos dos reféns que estejam mortos seriam devolvidos às suas famílias. Caso as negociações para quais reféns serão libertados demorarem mais do que as seis semanas previstas, o cessar-fogo continuará, com EUA, Egito e Catar trabalhando nas negociações.

O plano também prevê maior assistência humanitária para Gaza durante o período, com 600 caminhões sendo permitidos para entrar no país diariamente.

segunda fase incluiria os seguintes termos:

  • Libertação dos demais reféns, entre eles homens e soldados, em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel;
  • Retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza.

A terceira fase prevê o início de uma grande reconstrução de Gaza, que enfrenta décadas de reconstrução devido à devastação causada pela guerra.

“Enquanto o Hamas cumprir seus compromissos, o cessar-fogo temporário se tornaria, nas palavras da proposta israelense, ‘a cessação das hostilidades de forma permanente’”, disse Biden.

Segundo o governo americano, a proposta de cessar-fogo israelense, aprovada pelo Conselho da ONU, está nas mãos do Hamas desde 30 de maio.

Cerca de 250 reféns israelenses foram levados pelo Hamas nos ataques terroristas de 7 de outubro. Mais de 100 deles foram libertados durante o primeiro -- e único, até o momento -- cessar-fogo na guerra, em novembro de 2023. Cerca de 120 pessoas permanecem sob o poder do Hamas em Gaza, e Israel acredita que dezenas deles estejam mortos.

O texto da resolução, à qual a agência de notícias AFP teve acesso, "saúda" a proposta de trégua anunciada em 31 de maio pelo presidente americano, Joe Biden. Também afirma, diferentemente das versões anteriores, que o plano foi "aceito" por Israel.

Embora Biden tenha afirmado que o plano surgiu de Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que pretende continuar a guerra até acabar com o Hamas.

Pressão para Hamas aceitar

Segundo a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, Israel já concordou a resolução de cessar-fogo na guerra e uma possível trégua no conflito estaria nas mãos do Hamas.

"Hoje, o Conselho manda uma mensagem clara ao Hamas: aceite a proposta posta na mesa. Israel já aceitou o acordo e os combates poderiam parar hoje, se Hamas fizer o mesmo. Repito: os combates poderiam parar hoje", afirmou a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield.

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também incentivou o grupo terrorista a aceitar a proposta de trégua e pediu aos líderes do Oriente Médio que pressionem o grupo terrorista para aceitar. "Minha mensagem aos governos e ao povo de toda a região é: se vocês querem um cessar-fogo, pressionem o Hamas a dizer 'sim'".

Em comunicado, Hamas saudou a aprovação da resolução de cessar-fogo e afirmou que está pronto para cooperar com os mediadores para a implementação dos princípios do acordo "que estão em consonância com as demandas de nosso povo e resistência". A pressão sobre o grupo terrorista aumentou.

"Queremos pressionar o Hamas para que aceite este acordo, é por isso que temos esta resolução, porque estamos prestes a conseguir algo realmente importante", acrescentou Linda Thomas-Greenfield, em consonância com o discurso de Biden.