Três fases, fim dos combates e libertação de todos os reféns: o que prevê o cessar-fogo entre Israel e Hamas aprovado na ONU
Cessar-fogo temporário da primeira fase poderia levar aos capítulos finais da guerra e uma eventual trégua permanente na região, segundo o presidente dos EUA, Joe Biden. A aprovação do texto pela ONU nesta segunda-feira (10) não implica que a resolução será cumprida por Israel e pelo Hamas.
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- Publicação: 11/06/2024 10:22
- Autor: G1
O acordo é previsto para ter três fases. Em uma primeira fase, o plano prevê os seguintes termos:
- Cessar-fogo absoluto com duração de seis semanas;
- Retirada das forças Israel das áreas densamente povoadas da Faixa de Gaza;
- Libertação de reféns sequestrados durante o ataque do grupo terrorista Hamas, entre eles mulheres, idosos e feridos, em troca da libertação de prisioneiros palestinos detidos por Israel.
Após semanas trabalhando nesse acordo junto de Israel, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acredita que esse acordo de cessar-fogo pode levar à libertação dos reféns remanescentes em poder do Hamas na Faixa de Gaza e aos capítulos finais da guerra, iniciada em 7 de outubro de 2023 e que causou a morte de mais de 37 mil palestinos até o momento, entre combatentes e civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista.
Segundo Biden, que explicou a proposta de cessar-fogo, nessa primeira fase os reféns americanos seriam libertados e os corpos dos reféns que estejam mortos seriam devolvidos às suas famílias. Caso as negociações para quais reféns serão libertados demorarem mais do que as seis semanas previstas, o cessar-fogo continuará, com EUA, Egito e Catar trabalhando nas negociações.
O plano também prevê maior assistência humanitária para Gaza durante o período, com 600 caminhões sendo permitidos para entrar no país diariamente.
A segunda fase incluiria os seguintes termos:
- Libertação dos demais reféns, entre eles homens e soldados, em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel;
- Retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza.
A terceira fase prevê o início de uma grande reconstrução de Gaza, que enfrenta décadas de reconstrução devido à devastação causada pela guerra.
“Enquanto o Hamas cumprir seus compromissos, o cessar-fogo temporário se tornaria, nas palavras da proposta israelense, ‘a cessação das hostilidades de forma permanente’”, disse Biden.
Cerca de 250 reféns israelenses foram levados pelo Hamas nos ataques terroristas de 7 de outubro. Mais de 100 deles foram libertados durante o primeiro -- e único, até o momento -- cessar-fogo na guerra, em novembro de 2023. Cerca de 120 pessoas permanecem sob o poder do Hamas em Gaza, e Israel acredita que dezenas deles estejam mortos.
O texto da resolução, à qual a agência de notícias AFP teve acesso, "saúda" a proposta de trégua anunciada em 31 de maio pelo presidente americano, Joe Biden. Também afirma, diferentemente das versões anteriores, que o plano foi "aceito" por Israel.
Embora Biden tenha afirmado que o plano surgiu de Israel, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que pretende continuar a guerra até acabar com o Hamas.
Pressão para Hamas aceitar
Segundo a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, Israel já concordou a resolução de cessar-fogo na guerra e uma possível trégua no conflito estaria nas mãos do Hamas.
O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também incentivou o grupo terrorista a aceitar a proposta de trégua e pediu aos líderes do Oriente Médio que pressionem o grupo terrorista para aceitar. "Minha mensagem aos governos e ao povo de toda a região é: se vocês querem um cessar-fogo, pressionem o Hamas a dizer 'sim'".
Em comunicado, o Hamas saudou a aprovação da resolução de cessar-fogo e afirmou que está pronto para cooperar com os mediadores para a implementação dos princípios do acordo "que estão em consonância com as demandas de nosso povo e resistência". A pressão sobre o grupo terrorista aumentou.
"Queremos pressionar o Hamas para que aceite este acordo, é por isso que temos esta resolução, porque estamos prestes a conseguir algo realmente importante", acrescentou Linda Thomas-Greenfield, em consonância com o discurso de Biden.